Esse livro conta a história de Morrie Schwartz, 78 anos, que estava morrendo de ELA (esclerose lateral amiotrófica), uma doença degenerativa. O livro é uma mensagem tanto para as pessoas doentes como para quem convive com elas.

Coloquei trechos do livro e, no final de cada um, meus comentários.

1ª parte – Lamentando as perdas

O lamento, o pranto e o choro são emoções naturais.  Elas surgem pronta e facilmente se não forem bloqueadas por proibições, expectativas e deturpações de ordem cultural.  O lamento é uma importante parte da vida porque a vivência da perda é inevitável para todos nós.  Quanto mais você envelhece, mais perdas sofrerá.  Logo, é preciso descobrir um meio para lidar com a lamentação.  O melhor modo consiste em permitir-se à vontade e prantear as perdas.  Pode ser que você queira corar.  Sem essa válvula de escape, é bem capaz que fique internamente com uma dor que pode afetar sua vida de diversos modos.

Geralmente pensamos em chorar a pela perda de outras pessoas – nossos pais e nossos amigos queridos -, mas não pensamos muito em chorar por nós mesmos.  Lamentar por mim mesmo representa uma contribuição importante para minha serenidade. Como é que eu faço? Deixo-me vivenciar a dor, a tristeza, o desespero, o amargor, a raiva, o pavor, o remorso e a sensação de estar acabando antes da minha hora.  Deixo as lágrimas escorrerem até esgotá-las.  Depois, começo a pensar no motivo pelo qual estou chorando.

Dicas para uma lamentação saudável

Qual a diferença entre o tipo de lamentação que faz com que nos sintamos acabrunhados e deprimidos e o tipo que produz uma catarse? Sentimentos não resolvidos de culpa podem atrapalhar o processo da lamentação. Se temos muita raiva e não queremos reconhecer, ou se há questões que nunca chegaram a ser solucionadas plenamente entre nós e a pessoa por quem estamos chorando, ficamos presos a remorsos, e a lamentação pode não ser tão “produtiva” quanto seria se estivéssemos chorando principalmente pela perda ou por amor.

[…] A catarse ou alívio que obtemos não significa que a dor passou totalmente e se dissolveu, ou que o pranto já resolveu a situação.  Na realidade, por um tempo, chegamos a um entorpecimento, a uma sensação de sossego.

[…] Nutrimos sentimentos ambivalentes a respeito de muitas coisas.  Creio que não percebemos alguns dos aspectos negativos porque eles nos são desagradáveis.  Por exemplo, a maioria de nós está mais do que disposta a declarar seu amor por alguém, mas é mais difícil admitir que sentimos uma pontinha de ódio ou algum outro sentimento negativo por aquela pessoa.

Para mim, ninguém tem uma relação cristalina com qualquer outra pessoa.  Sempre há fatores negativos envolvidos, e esses fatores negativos despertam sentimentos desagradáveis.  Se não os confrontarmos, eles poderão nos tornar irritados e amargurados.

[…]  A aceitação não é passiva – é preciso dedicar-se a ela continuamente para tentar encarar a realidade, em vez de imaginar que a realidade é algo diferente do que é.

Meus Comentários:

Muitas vezes não nos permitimos sentir tristeza, amargura, solidão, ou qualquer outro sentimento.  Cada vez que fugimos deles parece que voltam mais fortes.  O que fazer então, nesses momentos? Não precisa muito, silencie, deixa o sentimento ficar ali, converse com ele, ouça-o.  Há tantas coisas que esses sentimentos querem nos mostrar que não percebemos.  O que fazemos de pronto é ir para a frente da televisão, para as redes sociais, para as baladas e, em casos extremos, para o álcool ou as drogas.  Muita fuga para não encontrar nada.

Aceitar não significa resignar.  Não é deixar que a vida se encarregue de resolver qualquer coisa sem sua participação.  Quando aceita algo, está também se responsabilizando pela mudança que quer e mais ainda, tomando ações para que o que quer que seja, mude.

Vale tentar, vale sair da inércia consciencial!

Pequenos passos tornam a caminhada mais segura, leve, sob controle e sabendo que imprevistos acontecem.

 

2ª parte – Revendo o passado

Acho que somos excessivamente rigorosos com nós mesmos pelo que não realizamos ou pleo que deveríamos ter feito. O primeiro passo é perdoar-se por tudo aquilo que você não fez e que deveria ter feito, assim como por tudo o que fez e que não deveria ter feito. Livre-se da culpa. Sentimentos negativos não fazem bem a ninguém. A melhor forma de lidar com eles é perdoando-se e perdoando os outros.

O perdão é um termo difícil.  Ele não significa apenas um pedido de desculpas, embora o remorso pelo que se fez sem dúvida faça parte dele.  Podemos querer reparar o erro se possível, mas há algumas circunstâncias em que não há nada mais que se possa fazer.  Mesmo quando não temos como fazer as pazes com alguém, é preciso dizer a nós mesmos: “É, fiz isso, e teria sido melhor se não tivesse feito, mas agora quero me perdoar por ter cometido esse erro.”

O perdão nos ajuda a entrar em harmonia com o passado. 

Todo o trabalho que realizamos efetivamente em nós mesmos – todas as experiências que tivemos na vida – pode ser usado para manter nossa serenidade.  Dispomos dessas reservas.  Vamos recorrer a elas.

Há uma diferença entre usar seu passado e chafurdar nele.  Digamos que eu tenha tido uma experiência com uma pessoa grosseira e que eu tenha retribuído com grosseria, mas que não queira mais agir dessa forma.  Posso usar aquela experiência para desenvolver uma atitude diferente sempre que alguém não for simpático comigo. Se eu não gostei da minha reação no passado, posso mudar minha atitude de resposta.  Podemos examinar nosso passado, tirar proveito dos nossos sucessos e aprender com nossos erros sem nos julgarmos. Essa é uma hora excelente para passar a vida em revista, reparar erros, identificar arrependimentos e encará-los com desapego, procurar harmonizar relacionamentos não resolvidos e acertar assuntos pendentes.

Meus Comentários:

Sabe aquela sensação de peso, de estar carregando um fardo? Pode ser o peso de não se perdoar por alguma coisa.  Se fosse hoje, você agiria da mesma forma que agiu no passado? Provavelmente não!

Portanto, ficar preso a essa energia além de não te deixar viver novas experiências, te mantém aprisionado e sufocado com sentimentos que perderam a validade.

Olhe para esse fardo, você não precisa mais dele.

Olhe para si mesmo, se perdoe e use agora sua energia para novos projetos, novos sonhos, para aprender mais sobre si mesmo.

Não há o que se possa fazer pelo que passou.  O momento não volta. Jogue luz ao acontecido, se perdoe e siga em frente!

Há um caminho lindo a sua espera.

 

3ª parte – Mantendo um envolvimento ativo na vida

Procure ocupar-se ou concentrar a atenção em questões que sejam do seu interesse, que lhe sejam importantes e lhe digam respeito. Mantenha um envolvimento apaixonado com elas…

Algumas pessoas passam pela vida como sonâmbulas, sem envolver-se apaixonadamente em cosia alguma, mas isso não acontece com a maioria de nós.  Creio que o potencial para o envolvimento apaixonado existe em todo mundo. Se você estiver sentido alguma apatia, dedique um tempo para avaliar quais são seus interesses.  Com que você realmente se importa?  Quais são as forças propulsoras na sua vida?  Quem é você?

[…] Tome consciência das respostas e julgamentos que a sociedade nos impõe para tentar ver a realidade como ela é.

É necessário ter essa consciência da realidade para poder vivenciar plenamente o “ser” das coisas neste mundo.  O que eu quero dizer com o “ser”? Pense da seguinte forma: qual é a essência de uma árvore? Qual é a essência do ser humano? Trata-se de fato de um mistério.

Qual é a sua essência? Quem você é quando pensa em si mesmo? Você é todos os papeis que desempenha? Você é mais do que seus papeis?

Resista a tentação de se considerar inútil.  Isso só leva à depressão.  Descubra seus próprios meios de ser de sentir-se útil.

Um dos grandes perigos quando estamos gravemente enfermos é a possibilidade de começarmos a sentir que nossa vida não tem sentido.  O que estamos fazendo no mundo? Por que estamos aqui? Só para existir de um dia o outro? Quando não temos um objetivo, ficamos deprimidos e começamos a nos perguntar por que deveríamos nos dar ao trabalho de levantar de manhã.

É muito importante fixar metas para nós mesmos, por ínfimas que sejam.  Ou estabelecer metas mais significativas. Quanto maior o objetivo, maior a motivação que teremos para realmente nos envolvermos com a vida, mesmo enquanto estamos morrendo.

Absorva tanta alegria quanto puder sempre e do modo que for possível.  Você poderá descobri-la em locais e situações imprevisíveis.

Podemos encontrar a alegria em praticamente qualquer situação se estivermos abertos para a experiência da felicidade.  Seja qual sua atividade, dedique-se a ela com cuidado, consideração e conscientização.  Se nos concentrarmos em fazer o melhor possível em qualquer circunstância, sem ficarmos nervosos ou ansiosos a respeito, talvez descubramos que o que estamos fazendo passa a ser uma fonte de fruição e prazer, em vez de apenas uma obrigação.

Meus Comentários:

Muito importante em nossa vida são nossos interesses. Aquilo que gostamos de fazer e nos dedicamos plenamente.  Estamos tão rodeados de más notícias, programas e músicas de baixa qualidade, fofocas, tragédias que podemos nos refugiar em nossas paixões para acalentar nossa alma.

Se fazer essas perguntas: “Com que realmente me importo?  Quais são as forças propulsoras na minha vida?  Quem sou?”  abre a consciência para novas ideias e perspectivas, clareia a mente para definir objetivos, nos tira da comodidade.

Todo ser humano tem sua utilidade no mundo, tem seu propósito.  Muitas pessoas estão com a mente e o coração obscurecidos por mágoa, rancor, angústia, mas no fundo há um brilho, há a essência, há a luz. 

Desperte para essa luz.  Nós somos mais do pensamos ser.  Nós podemos mais do que imaginamos.  Temos  recursos internos para melhorar nossa vida.    

 

4ª parte – Relacionando-se com os outros

Mantenha seu coração o mais aberto possível, pelo maior tempo possível, para os outros e especialmente para você mesmo.  Aja com generosidade, integridade e carinho.

Se você estiver se sentindo só, não é tarde demais para desenvolver novas amizades ou para restabelecer relações com antigos conhecidos. 

Querer ser diferente é apenas o começo.  Não há uma fórmula única para mudar nosso modo de nos relacionarmos com os outros, mas eis algumas sugestões.  Identifique algum comportamento que você gostaria de mudar e procure especificá-lo.  Por exemplo, se você não quer ser mais intratável, poderia estabelecer como meta ser mais animado ou mais expansivo. Em seguida, precisa identificar o que pode fazer para atingir sua meta.  O primeiro passo pode ser tão simples quanto dizer bom dia, por favor e obrigado com maior frequência.

Podemos nos sentir um pouco constrangidos por um tempo, especialmente se estivermos preocupados com a impressão de estar apenas desempenhando um papel ou fingindo ser o que não somos. Encare a situação do seguinte modo: o que nos tornou intratáveis, ou qualquer outra coisa, foi o fato de agirmos como pessoas intratáveis.  Quando agimos como pessoas gentis e generosas, acabamos nos tornando gentis e generosos.  No entanto, não devemos exigir demais de nós mesmos nem tentar mudar com rapidez excessiva.  DA mesma forma, não espere que os outros percebam ou aceitem suas mudanças de imediato. Algumas pessoas podem nunca ser receptivas como você gostaria; outras podem demorar um pouco para sentir simpatia e vontade de querer se relacionar com você.

Meus Comentários:

A maneira como trata os outros é um reflexo da maneira como você se trata. Se queremos cultivar amizades e fazer novas, e melhorar a forma como nos relacionamos com os outros, precisamos prestar atenção a nossa forma de falar, as palavras que pronunciamos, ao modo como estamos nos posicionando no mundo.

 

5ª parte – A generosidade consigo mesmo

Sejamos amorosos, compassivos e delicados com nós mesmos.  Amparemos a nós mesmos.  Não nos menosprezemos nem nos critiquemos continuamente.

Creio que muitas pessoas se maltratam e se castigam emocionalmente por não se acharem “suficientemente boas” ou por não terem feito o suficiente. Elas se censuram por não atingirem suas próprias expectativas ou as expectativas de alguma outra pessoa. Por não terem tomado um caminho diferente na vida.  Por não terem conseguido notas melhores na escola ou um emprego melhor.

Há muitos motivos pelos quais podemos ser pouco generosos com nós mesmos e continuar a nos atormentar.  No entanto, isso simplesmente não é benéfico, em especial quando estamos doentes.

É muito importante sermos generosos e carinhosos com nós mesmos.  Você é o único “eu” de que dispõe, por assim dizer.  Dê-se apoio da mesma forma como age com delicadeza e compreensão em relação aos outros.  Se você conseguir lamentar-se, aceitar-se e perdoar-se estará dando o primeiro passo nessa direção.

A nossa cultura nos leva a um permanente estado de competição em todos os setores da vida.  Se alguém vence, alguém tem de perder.  Por isso, você se critica, você se menospreza por não ter se saído melhor, por não ter vencido, por não estar em primeiro lugar.  Mas o que há de errado com o segundo lugar ou o terceiro? Deveríamos parar de nos avaliar dessa forma, poie ela prejudica nosso estado emocional e físico. Cada vez que você pensar em algo negativo a seu respeito, pense também em algo positivo.  Pense em algo bom.  Pense em modos de agir com mais delicadeza e atenção com o seu próprio eu.

 

Meus Comentários:

Quando você não se trata bem, você está emitindo essa energia ao universo que vai te mandar mais situações que o faça agir assim. Não importa os erros cometidos no passado.  Essa época não vai voltar mais. Se perdoe, e daqui pra frente, construa um caminho de autocompaixão, lembrando que, como humanos e falíveis, estamos sujeitos a errar.

Felicidade não está lá onde quer chegar.  Está na maneira como você está lidando com o que está se passando aqui e agora.

 

6ª parte – Lidando com sua mente e com suas emoções

Não podemos controlar nossas emoções apenas pela força de vontade ou determinando que é isso o que queremos. Se você um dia tentou abandonar algum hábito como o de roer as unhas, sabe que não se consegue com a ordem “pare de roer as unhas”. É preciso entender em nível emocional o motivo pelo qual estamos tendo determinado comportamento e qual é o objetivo do que estamos fazendo. Às vezes, temos conhecimento consciente disso e às vezes sabemos disso inconscientemente.

Direcionar nossas emoções envolve a elaboração emocional das questões que enfrentamos.  Exige ter suficiente espaço emocional, por assim dizer, para lidar com essas questões sem nos deixarmos dominar por elas. Como “espaço emocional” quero dizer que não estamos atrelados a uma forma específica de sentir e de pensar, que podemos enxergar alternativas e estabelecer relações com elas.  Podemos exercer uma influência considerável sobre as nossas emoções quando reconhecemos que podemos fazer escolhas emocionais.

Quando alguma coisa acontece, geralmente temos uma reação espontânea que não podemos controlar.  Se alguém nos der um tapa, podemos ficar com raiva.  Se alguém falar mal de nós, provavelmente ficaremos magoados.  Se alguém disser que somos uma pessoa maravilhosa, certamente ficaremos felizes.  Essas são reações.  Quando elas acontecem, somos capazes de dar um passo atrás e dizer: “Não quero reagir desse modo.”

Poderíamos decidir que não queremos nos sentir magoados porque isso dá à outra pessoa um certo grau de controle sobre nós – o poder de nos forçar a sentir ressentimento.  Quando quero mudar minha atitude em resposta a alguma coisa, procuro compreender por que reajo dessa forma.  Eu me pergunto: “Por que estou tão magoado? Que importância tem isso afinal? Ora, se ele ou ela disse algo cruel a meu respeito, o problema é dele ou dela, não meu.” A intenção é tentar ganhar mais controle sobre a atitude a ser tomada a partir da nossa reação emocional.

Todos nós temos dúvidas a respeito da tentativa de realizar mudanças, especialmente quando há emoções envolvidas.  Quando temos dúvidas, costumamos nos entregar à dúvida, em vez de duvidar dela.

Talvez nossas dúvidas possam ser alteradas ou talvez nossas incertezas não sejam tão fortes quanto pensamos.

Se não desistirmos de tentar lidar com nossas emoções, talvez cheguemos a os surpreender com o fato de que algumas coisas mudam, mesmo quando não esperávamos que mudassem.

Obter o controle total das nossas emoções não é uma meta realista ou aconselhável.  A persistência é o que importa – o esforço deve ser considerado um exercício que nos fortalece.  Não o encare de um modo obsessivo ou exageradamente ansioso, mas com calma e determinação.

Meus Comentários:

Não há muito o que comentar!

Enquanto a gente não souber lidar com nossas emoções e sentimentos, não os acolher e achar que são nossos inimigos, não vamos entender a mensagem que querem nos passar.

Se você quer controlar tudo o tempo todo, vai perder o controle da própria vida.  É necessário, em alguns momentos, deixar fluir.

É importante também entrar em contato com os sentimentos considerados ruins, eles tem muito a nos dizer.

 

7ª parte – Desenvolvendo uma ligação espiritual

Todo mundo tem seu próprio modo de lidar com as questões fundamentais da vida. Como chegamos, para começo de conversa?  Qual é o significado da nossa existência? Qual é o relacionamento humano com a natureza? 

Meus Comentários:

Para esse último capítulo, coloquei somente uma parte.

Embora cada um tenha o seu jeito de lidar com questões espirituais, a espiritualidade nada tem a ver com religião. 

Espiritualidade é um estado de consciência, em que sentimos paz interior mesmo com tantas mazelas acontecendo no mundo.  É sentir que tem um propósito e que para isso não precisa ir para as montanhas e passar a vida meditando. É estar no mundo fazendo a diferença na própria vida e na vida das pessoas.

 

 

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